História da lotaria – 5 factos surpreendentes

A lotaria não só deixa as pessoas ricas, como também tem uma história rica. Neste artigo vamos apresentar-te alguns factos interessantes sobre a história da lotaria. Mas não te preocupes, não precisas ser um expert em história...

1. Profeta bíblico atirado ao mar

Está claro que estamos a falar de Jonas, um dos profetas do Antigo Testamento, onde também tem um livro com o seu nome. Num dos capítulos do bestseller internacional, podemos ler sobre uma viagem de barco onde Jonas é o protagonista. Deus queria que ele fosse do ponto A para o ponto B, mas Jonas decidiu viajar noutra direcção. Não é preciso ser religioso para saber que esta não terá sido uma decisão prudente.

Jonas seguiu o seu próprio destino e enquanto estava no barco começou a formar-se uma grande tempestade. E agora é que as coisas começam a ficar interessantes. Os marinheiros não demoraram muito até começarem a atribuir uns aos outros as culpas da tempestade, prática comum entre os marinheiros naquela altura.

Então, para encontrarem o suposto culpado, decidiram fazer uma espécie de sorteio de lotaria. Jonas foi o “feliz” comtemplado e, como resultado, foi atirado ao mar. Depois, segundo o relato bíblico, Jonas foi engolido por um "grande peixe" e passou três dias no seu estômago. Durante esse tempo Jonas ter-se-á arrependido da sua decisão e acabou vomitado pelo "grande peixe" numa praia.

2. A lotaria que financiou uma das sete maravilhas do mundo

A Muralha da China, também conhecida como Grande Muralha, uma das sete maravilhas do mundo moderno, começou a ser construída no ano 220 a.C. e ficou concluída no século XV.

Existe um mito sobre a Muralha da China ser a única construção humana que pode ser vista da lua. Mas, na verdade, embora seja uma obra monstruosa, com um comprimento total de 8.852 quilómetros, não é de todo visível a partir da lua.

Quando foi construída, para além de ter custado muitas vidas, custou também muito dinheiro. Esses custos foram parcialmente financiados por uma lotaria nacional.

3. O melhor orador da história odiava a lotaria

O grande mestre de retórica, Cícero, é muitas vezes citado como um dos maiores oradores de todos os tempos. A história da Roma antiga não ficaria completa sem ele.

Mas, afinal, o que tinha ele contra a lotaria? Naquela época a lotaria era usada por impostores, que enganavam as pessoas com falsas previsões sobre o futuro, e Cícero tinha uma opinião bastante clara em relação a isso: “Este sistema de adivinhar o futuro com a sorte, é uma invenção de trapaceiros apenas interessados em ganhar dinheiro”.

4. O rei que ganhou a sua própria lotaria

Luís XIV de França, também conhecido como o Rei Sol, desfrutou em pleno todo o seu reinado (1643 até 1715) e viveu rodeado de riqueza e de um luxo inimaginável.

Ele resolveu restaurar um pavilhão de caça em Versalhes, para ter um sítio onde pudesse controlar completamente um Governo da França por um governante absoluto. Continuou a expandi-lo até transformá-lo naquilo que conhecemos hoje, o Palácio de Versalhes.

No entanto, o monarca gastou tanto dinheiro que, talvez num ato de desespero, decidiu enganar os seus amigos com uma lotaria privada. Ele organizou uma lotaria no dia do seu casamento, e os convidados que participassem habilitavam-se a prémios.

Até aqui tudo normal. O problema surgiu quando saíram os resultados, pois foi o rei e o seu círculo de amigos que conquistaram todos os grandes prémios. Os convidados ficaram furiosos e, depois de um pedido de desculpas, o rei acabou por devolver o dinheiro a todos os participantes.

5. Voltaire resolveu a fórmula para ganhar a lotaria

Voltaire, o famoso filósofo francês, não ganhou dinheiro apenas a vender panfletos. No século XVIII, Voltaire descobriu uma maneira de ganhar muito dinheiro numa espécie de lotaria.

Voltaire acabaria mais tarde por ficar famoso por dizer frases como: “Posso não concordar com o que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lo”.

O filósofo juntou-se ao seu amigo matemático Charles Marie de la Condamine e os dois resolveram a fórmula para lucrarem à grande com um sorteio de obrigações organizado pelo Governo francês. Quando foram descobertos, já os dois amigos estavam riquíssimos.